terça-feira, 27 de setembro de 2011

Piranha 3D

Quando vi "Piranha" aos 8 anos de idade, fiquei sem dormir direito por três dias. O clássico de Joe Dante de 1978 conseguia incutir medo, principalmente em pessoas que nadavam em “corguinhos”, como eu fiz durante toda a infância.

Bem, dias atrás decidi ver "Piranha 3D", de 2010, e para minha decepção arrebentaram com o clássico... Tudo bem que o novo filme é cheio de mulher gostosa e os quarenta minutos iniciais parecem aquelas festas das casas da Playboy, em que mulheres ficam se esfregando umas nas outras, com os melões de fora e caras de safada... Ok, seria muito legal, bacana, mas se não estivesse num filme que pretende ser trash! Explico: um filme trash não precisa se alongar desnecessariamente em mulherada seminua se esfregando e mostrando o bundão pra câmera, dá um pouco mais de trabalho do que isso.

Afora as mortes grotescas é preciso, de certa forma, cativar o público com personagens carismáticos ou sem noção, o que passa longe de haver nesta coisa aqui. Cito como exemplo o clássico trash "Fome Animal", dirigido por ninguém mais, ninguém menos que o meu, o seu, o nosso Peter Jackson! Ali, tem-se um protagonista extremamente carismático que carrega uma cara de panaca ao longo de todo o filme, indicando que, até mesmo em filmes B, deve-se ter atores com o mínimo de talento e um roteiro aceitável.

Aliás, roteiro é algo que inexiste em "Piranha 3D". Ver Elisabeth Sue, que foi a memorável Sarah em "Leaving Las Vegas", em vã tentativa de levar seu papel (e o próprio filme) a sério é igualmente constrangedor a assistir a um massacre peniano protagonizado pelas algozes do filme ao membro de Jerry O’Connell, mais canastrão do que nunca no seu ridículo personagem. Embora tenha achado péssimo do início ao fim, até que dei algumas boas risadas, mas nada que tenha compensado perder mais 88 minutos do meu precioso tempo. Nem comentarei a respeito do final para não estragar a “surpresa”. Certifiquem-se vocês mesmos e depois me contem...