quinta-feira, 5 de março de 2009

O resgate do soldado Ryan

O brilhantismo técnico desse filme por pouco não se anula ante a armadilha de um roteiro maldoso, que tem no maniqueísmo sua maior forma de expressão. Até o idioma alemão é tratado de forma absolutamente desrespeitosa a certa altura, na fala carregada de ignorância e ódio de um dos soldados do Capitão John Miller, o herói-mor e um dos pouquíssimos personagens a demonstrar um traço de humanidade de forma convincente.

Esse tipo de abordagem em filmes de guerra tornou-se quase um lugar-comum nas produções norte-americanas mais recentes, notadamente naquelas de apelo comercial mais forte, como U-571 ou Falcão negro em perigo, não obstante haver outros na contramão destes, como o desconhecido Santos ou soldados. Problema maior mesmo é o perigo que representa essa forma míope de ver o mundo, já que o cinema, enquanto meio de comunicação de massa, também é um formador de opiniões e de construção de conhecimento, ainda que pueril ou mesmo errôneo em alguns casos. Em tempo: as cenas do desembarque das tropas aliadas nas praias da Normandia podem ser consideradas como umas das mais espetaculares da história do cinema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário