sexta-feira, 6 de março de 2009

O massacre da serra elétrica/A profecia

O "terror" das refilmagens

Assisti a duas refilmagens há pouco: A profecia e O massacre da serra elétrica. Vamos começar pelo pior. O massacre, 1974, é um filme de terror mediano que fez relativo sucesso na época de seu lançamento. Apenas esse aspecto já dispensaria uma refilmagem, mas não só refilmaram como também fizeram o favor de rodar O massacre da serra elétrica, o início! Bem, a refilmagem – realizada em 2003 – é um desfile de clichês e de corpos sarados (chega a ser hilário o esforço de mostrar os dotes físicos de Jessica Biel, com ângulos desconcertantes que me fizeram lembrar da finada “banheira do gugu”). O roteiro inexiste, como no também horrível O grito. Completa o menu um elenco de atores canastrões, em que pode ser visto R. Lee Ermey, o sargento Hartman de Nascido para Matar, certamente pagando algumas contas em atraso.

Como falar de um filme tão ruim é tarefa muito árdua, passemos à outra refilmagem decepcionante – mas não tão fraca quanto a de Massacre. A Profecia (1976) foi um dos filmes de terror mais assustadores de todos os tempos. Pontuada pela trilha sonora sufocante de Jerry Goldsmith – premiada com o Oscar –, e pela atuação soberba do garoto Harvey Stephens, a película tornou-se um clássico do gênero, arrebatando admiradores fiéis. A refilmagem, no entanto, – apesar da louvável tentativa de festejar os 30 anos de lançamento do original – deixa muito a desejar, pois não tem o mesmo clima soturno do filme de Richard Donner, apesar de ser correto em alguns momentos. Mas o filme não vai além: é apenas correto. O novo Damien, interpretado pelo garoto Seamus Davey-Fitzpatrick, não dá conta do recado, sendo até mesmo mecânico em várias passagens e naufragando com o restante do elenco. Para quem não viu esses filmes, uma dica: assista apenas aos originais e esqueça as duas refilmagens, que são completamente desnecessárias.

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