sexta-feira, 6 de março de 2009

A teta e a lua

Sobre tetas e luas

Numa homenagem à maternidade (e às tetas das mães, é claro) A teta e a lua é um filme nada convencional, mas que descamba para o pastelão em muitos momentos. A teta da bela Estrelitta, uma forasteira que mora com o marido num trailler, é o objeto de desejo do garoto Tete, pois seu irmão mais novo já está mamando na sua mãe, algo negado para ele, desde quando era bebê. Sendo assim, ele passa a desejar ardentemente aquela teta, ávido por sugar de forma vigorosa seu leite. O filme tenta ser uma metáfora do amor quase impossível que sente um jovem cantante, de nome Miguel, que também se apaixona por Estrelitta, ao ficar elétrico quando a toca pela primeira vez, e do amor da forasteira pelo seu marido, um homem bizarro, cuja principal vocação é emitir sonoras flatulências em seu ridículo número circense, para delírio do público (e para tesão da sua mulher). Mas o marido está brochando e é a chance que o garoto cantante tem para sacramentar seu intento.

O filme derrapa ao mostrar-se incipiente com relação ao destino de seus personagens, ao mesmo tempo em que exagera na bizarrice de alguns deles, ficando entre a construção psicológica mais detalhada das pessoas que compõem o círculo de desejo e a mera escatologia, com um humor de gosto duvidoso na maioria das vezes. Tudo isso acompanhado de um final um tanto boboca, na base do happy end das produções americanas mais baratas. Essas características fazem de A teta e a lua um desfile de esquisitices, tornando o filme até certo ponto dispensável, apesar de divertido em alguns momentos.

4 comentários:

  1. Cara, eu adoro esse filme! Tem muitos anos que o vi, se não me falha a memória, foi lá pelos idos de 95... Pena que não consigo encontrá-lo nas locadoras...

    Tenho dois blogs, o "Diz Que Fui Por Aí"(www.marcelo-antunes.blogspot.com) e o "Um Oscar Por Mês" (www.umoscarpormes.blogspot.com). Se puder me honrar com tua visita...

    Abração!

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  2. Caro Marcelo, obrigado pelo post; visitarei sim seus blogs... estou de volta depois de longa "estiagem", rsrs... abraço!

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  3. Respeitosamente tenho que discordar. Acho um filme brilhante. O francês impotente apresentando um show de flatulência, enquanto agita a bandeira da União Européia (que na época tinha 1 aninho) é simplesmente impagável. Película leve e divertida (às vezes um pouco basbaque, mas o que não é?!). Quanto à profundidade dos personagens, acho que é um daqueles filmes no qual ela depende mais da vontade do espectador, do que do roteiro.

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    1. Caro Alberto, você tem razão em alguns pontos, principalmente no que se refere ao francês impotente... obrigado pela crítica!

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